Maldita Capelã!!
24 de Fevereiro de 2008
Devido ao terreno lamacento derivado das últimas chuvadas, o trilho proposto é “negro”, pelo que vou para o Nanni de “estradeira”. Já lá estão o Paulo Sousa e o Filipe. O primeiro de BTT com rodas finas; o segundo de “estradeira” … com duas pedaleiras… (Eh, eh…).
O Sousa parece estar com vontade de rumar à Ericeira…
O Filipe quer meter quilómetros visando a preparação para a Clássica de Évora na companhia dos “Selvagens do Asfalto”…
Mas, com alguma sorte (e algum jeitinho também…), optamos para ir lá p’rós lados d’Arruda dos Vinhos… E isso quer dizer, lá p’rós lados da CAPELÃ…
Arrancamos vagarosamente e pronuncio a “palavra maldita” (Capelã) para testar a reacção dos meus companheiros… Ninguém se queixa o que me faz de imediato ficar com uns pensamentos maquiavélicos…
Passamos pelo Tojal e ao deixarmos Bucelas inclino a bike para a rampa de Santiago dos Velhos, mas eles não querem ir por ali, pelo que continuamos em frente, para o Forte de Alqueidão. No problem… Hei-de levar a água ao meu moinho…
O Filipe, motivado pelos treinos nocturnos que tem feito, mete um ritmo “rijo” durante toda a subida, sempre na frente do trio.
O Sousa parece estar com vontade de rumar à Ericeira…
O Filipe quer meter quilómetros visando a preparação para a Clássica de Évora na companhia dos “Selvagens do Asfalto”…
Mas, com alguma sorte (e algum jeitinho também…), optamos para ir lá p’rós lados d’Arruda dos Vinhos… E isso quer dizer, lá p’rós lados da CAPELÃ…
Arrancamos vagarosamente e pronuncio a “palavra maldita” (Capelã) para testar a reacção dos meus companheiros… Ninguém se queixa o que me faz de imediato ficar com uns pensamentos maquiavélicos…
Passamos pelo Tojal e ao deixarmos Bucelas inclino a bike para a rampa de Santiago dos Velhos, mas eles não querem ir por ali, pelo que continuamos em frente, para o Forte de Alqueidão. No problem… Hei-de levar a água ao meu moinho…
O Filipe, motivado pelos treinos nocturnos que tem feito, mete um ritmo “rijo” durante toda a subida, sempre na frente do trio.
Após o Sobral de Monte Agraço descemos até Arruda. O Filipe continua na frente e entra na povoação destacado. Vou conversando com o Paulo que me diz que temos de nos apressar para não o deixar fugir, ao que lhe respondo: “Deixa-o estar que daqui a pouco vamos dar umas boas gargalhadas à sua custa…”.
Tomo a vanguarda, conduzindo-nos ao “martírio”. Esta subida é uma estreia para eles, mas como sou “amigo”, aviso-os logo para deixarem alguma “gasolina” para as rampas finais. O Filipe fica logo com “azia” e começa com umas resmunguices sobre a minha tripla. Fica então o meu desafio: só meto a “avózinha” se ele não aguentar o 39x25. E, sendo assim, lá me resigno a acartar um incómodo 42x24 que me obriga a ir de pé logo nas rampas iniciais a 12%.
O Sousa mete um passo mais “confortável”, mas o Filipe está endiabrado e vai sempre ao meu lado a “apertar” comigo! Claro que fico radiante com a “ousadia”, pois sei bem o que lhe vai suceder lá em cima…
Sensivelmente a meio da subida (após 1,3 Kms), ao fazermos uma ligeira curva à direita que deixa a descoberto o “petisco” que precede … o “verdadeiro petisco”, o gajo entra em sobressalto e pergunta-me por onde vamos, visto existir um caminho alternativo para a esquerda… Eu respondo-lhe a rir: “Não há que enganar, camarada! É sempre em frente!”.
Tomo a vanguarda, conduzindo-nos ao “martírio”. Esta subida é uma estreia para eles, mas como sou “amigo”, aviso-os logo para deixarem alguma “gasolina” para as rampas finais. O Filipe fica logo com “azia” e começa com umas resmunguices sobre a minha tripla. Fica então o meu desafio: só meto a “avózinha” se ele não aguentar o 39x25. E, sendo assim, lá me resigno a acartar um incómodo 42x24 que me obriga a ir de pé logo nas rampas iniciais a 12%.
O Sousa mete um passo mais “confortável”, mas o Filipe está endiabrado e vai sempre ao meu lado a “apertar” comigo! Claro que fico radiante com a “ousadia”, pois sei bem o que lhe vai suceder lá em cima…
Sensivelmente a meio da subida (após 1,3 Kms), ao fazermos uma ligeira curva à direita que deixa a descoberto o “petisco” que precede … o “verdadeiro petisco”, o gajo entra em sobressalto e pergunta-me por onde vamos, visto existir um caminho alternativo para a esquerda… Eu respondo-lhe a rir: “Não há que enganar, camarada! É sempre em frente!”.
E foi neste preciso momento que o caldo entornou!!
O gajo ficou possesso, começou com uma granda resmunguice (que nele até nem é nada habitual…) e disse que não ia por ali … e que ia esperar pelo Sousa … e não sei que mais…
Eu ainda o tentei animar, mas … nada feito…
Lá continuei, devagarinho … e a borbulha do inclinómetro a subir…
Já na fase da “agonia”, olho para trás, não vejo ninguém, e penso cá para os meus botões: “Bolas!! Vou aqui a agonizar com o prato 42 e o Filipe não está aqui para ver…”.
Meto a “avózinha” e fico logo mais aliviado o que me permite enfrentar a rampa mais inclinada (21% de inclinação máxima) com um sorriso nos lábios (tinha de ser, pois estavam lá quatro marmanjos a olhar para mim com um ar trocista…). Ao chegar ao topo, um pouco antes da localidade de Carvalhal, aguardo pelos meus dois companheiros, na expectativa...
Passado um pouco, chega o Filipe, um bocado carrancudo e de poucas palavras, pois vinha meio afogueado… Contudo, parecia estar a queixar-se da pedaleira e a dar graças à sola aderente dos sapatos…
Nisto, chega também o Sousa … a rir!!
E desabafa: “É pá! Quando o gajo desmontou naquela rampa, até estava a cambelear!! E os quatro camafeus que lá estavam fartaram-se de rir!”.
Enquanto descíamos para Bucelas por Santiago dos Velhos, lá nos fomos metendo com o Filipe, que continuava a amaldiçoar os 39 dentes.
Como ainda era cedo (e o Filipe parecia estar um tanto ou quanto vingativo…) subimos a Vila Nova e apanhámos o “carrocel” de Tesoureira para Casais da Serra.
Sempre em ritmo vivo, o Sousa passou aqui um “mau” bocado…
No Vale de São Gião o Sousa tem de retornar a Loures, mas o Filipe, com aquela postura “sanguinária” que tão bem conheço, lá me convence a fazer mais uns quilómetros… E eu a topar a cena…
Seguimos até à Malveira, onde nos metemos na estrada para Negrais.
Depois viramos para a Portela. Na curta rampa inclinada que precede a aldeola o gajo deixa-me “pregado” e sinto as primeiras sensações de fadiga muscular…
O sacana do “artista”, fazendo jus ao seu congnome no mundo das duas rodas (“O Necrófago”), não deixa fugir a oportunidade e repete a dose na rampa para Montemuro, deixando-me às avessas com uma cãibra manhosa que quase me obriga a apear…
Depois, e ainda não saciado, volta à “carnificina” na última dificuldade, após Ponte de Lousa. Lá no topo, à minha espera, lá está ele, possuido, vingativo, "o Necrófago", inchado e provocador. Mas, tenho de admitir que desta vez mereci a “tareia”, pois a Capelã não é rampa que se apresente a ninguém (bem… excepto ao Lopes, se também cair na esparrela…).
E lá concluímos mais uma voltinha agradável que serviu de “preparação” para a tirada que se avizinha: a Clássica de Évora.
Dados da subida da Capelã:
– início: rotunda da praça de touros de Arruda dos Vinhos: distância - 2.400 mts, altitude – 346 mts; desnível – 253 mts; pendente média – 10,5%; pendente máxima - 21%.
O gajo ficou possesso, começou com uma granda resmunguice (que nele até nem é nada habitual…) e disse que não ia por ali … e que ia esperar pelo Sousa … e não sei que mais…
Eu ainda o tentei animar, mas … nada feito…
Lá continuei, devagarinho … e a borbulha do inclinómetro a subir…
Já na fase da “agonia”, olho para trás, não vejo ninguém, e penso cá para os meus botões: “Bolas!! Vou aqui a agonizar com o prato 42 e o Filipe não está aqui para ver…”.
Meto a “avózinha” e fico logo mais aliviado o que me permite enfrentar a rampa mais inclinada (21% de inclinação máxima) com um sorriso nos lábios (tinha de ser, pois estavam lá quatro marmanjos a olhar para mim com um ar trocista…). Ao chegar ao topo, um pouco antes da localidade de Carvalhal, aguardo pelos meus dois companheiros, na expectativa...
Passado um pouco, chega o Filipe, um bocado carrancudo e de poucas palavras, pois vinha meio afogueado… Contudo, parecia estar a queixar-se da pedaleira e a dar graças à sola aderente dos sapatos…
Nisto, chega também o Sousa … a rir!!
E desabafa: “É pá! Quando o gajo desmontou naquela rampa, até estava a cambelear!! E os quatro camafeus que lá estavam fartaram-se de rir!”.
Enquanto descíamos para Bucelas por Santiago dos Velhos, lá nos fomos metendo com o Filipe, que continuava a amaldiçoar os 39 dentes.
Como ainda era cedo (e o Filipe parecia estar um tanto ou quanto vingativo…) subimos a Vila Nova e apanhámos o “carrocel” de Tesoureira para Casais da Serra.
Sempre em ritmo vivo, o Sousa passou aqui um “mau” bocado…
No Vale de São Gião o Sousa tem de retornar a Loures, mas o Filipe, com aquela postura “sanguinária” que tão bem conheço, lá me convence a fazer mais uns quilómetros… E eu a topar a cena…
Seguimos até à Malveira, onde nos metemos na estrada para Negrais.
Depois viramos para a Portela. Na curta rampa inclinada que precede a aldeola o gajo deixa-me “pregado” e sinto as primeiras sensações de fadiga muscular…
O sacana do “artista”, fazendo jus ao seu congnome no mundo das duas rodas (“O Necrófago”), não deixa fugir a oportunidade e repete a dose na rampa para Montemuro, deixando-me às avessas com uma cãibra manhosa que quase me obriga a apear…
Depois, e ainda não saciado, volta à “carnificina” na última dificuldade, após Ponte de Lousa. Lá no topo, à minha espera, lá está ele, possuido, vingativo, "o Necrófago", inchado e provocador. Mas, tenho de admitir que desta vez mereci a “tareia”, pois a Capelã não é rampa que se apresente a ninguém (bem… excepto ao Lopes, se também cair na esparrela…).
E lá concluímos mais uma voltinha agradável que serviu de “preparação” para a tirada que se avizinha: a Clássica de Évora.
Dados da subida da Capelã:
– início: rotunda da praça de touros de Arruda dos Vinhos: distância - 2.400 mts, altitude – 346 mts; desnível – 253 mts; pendente média – 10,5%; pendente máxima - 21%.
3 Comments:
Capelã!!!a mim não me enganas mais!!
Mas pronto se for num dia que esteja bem disposto lá vamos a ela outra vez.
Mas sinceramente gostei mais da parte final da volta, é uma satisfação imensa ir numa subida olhar para trás e ver um Pinto a sofer heheheh
Biker
Queres ir lá num dia em que estejas bem disposto?! Para quê?! Não gostas de ‘tar bem disposto?!!! :)
E aquela parte final da volta… Uuuiiiii… Fiquei mesmo sem penas nas asas… E não sei bem porquê (pois…), mas é sempre nessas alturas que ficas cheio de genica…
Mais um grande relato. Dá-me um imenso gozo vir aqui lê-los.
Boas voltas.
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