quinta-feira, abril 26, 2007

“Entrevados” pelos Casais de São Quintino...

22 de Abril de 2007




Ataque lá prás bandas do Sobral de Monte Agraço.
Esta é uma zona que, ultimamente, tem sido palco de reconhecimento com algumas picardias “ferozes” de permeio…

No Nanni saudamos o regresso do Coxo (Isidoro) e do João (de Mação). Para lhes mostrarmos as saudades que tivemos das suas companhias rumamos ao Forte de Alqueidão com as mentes carregadas de “maldade”…
Subiu-se A-das-Lebres, Manjoeira e Fanhões em amena cavaqueira, sobre as últimas incidências do recente “tormento” da Manjoeira e do magnífico feito do “Duo Intratável” que tão bem se complementou nesse giro.
A coisa segue animada até Vila Nova, onde a primeira rampa longa do dia é atacada com algum ímpeto… No topo um duo não inesperado de todo (Pinto e Ricardo), seguido de perto pelo Pirata (Aníbal) aguardou pelos restantes (Biker, Sousa, Isidoro e João).
A “coisa” ia “endurecendo”… Em Nª Srª da Ajuda paragem para atestar a “bossa” e respirar!
Depois… rumo ao Forte de Alqueidão a bom ritmo. No ataque ao topo pela rampa onde recentemente me enganei na Maratona do Sobral (técnica e longa…) a chegada é pela mesma ordem… Talvez um presságio para o que viria a seguir…
Descida do Forte por um trilho inédito que nos obrigou a andar às avessas com arame farpado, um boi lá do burgo e outra “besta” de galochas que por lá andava…
Havíamos chegado, finalmente, aos Casais de São Quintino

E aqui, foi a “selvajaria” absoluta com “ataques”, “lutas”, “guerras” e … “empenos” e muita gente a “cuspir sangue!!
Em plena “batalha do pedal” o Pirata e o Ricardo ficaram “pregados” ao alcatrão ... a olhar para a ave de rapina que seguia na frente a bater as asas de forma feroz! No topo chegaram um Pinto(!!) e seis “entrevados”(!!). Que linda a visão!!
A coisa continuou veloz (muito por culpa do Biker...) até ao Freixial onde se previa nova “escaramuça” fratricida para recuperar o orgulho ferido…
O Biker, Sousa, Isidoro e João tiraram bilhete logo no início da última rampa do dia (cow-boys), quando o Pirata sprintou rampa acima, levando na roda um Pinto e no encalço um Ricardo
Quando acabou a “gasolina” lá foi o Pinto deixando-o às avessas com um tronco, segundo disse…

Cá para mim: HUMILHAÇÃO!! Esta não posso deixar passar, depois de tantas coças que tenho levado ultimamente!!

Já no final, fuga do Biker e do Sousa que pareciam fartos de ver a “coisa” lá detrás, e regresso calmo a casa dos restantes.
Mais uma bela passeata a prometer … VINGANÇA!!

Nota 1: paisagem do dia – a bela encosta dos Casais de São Quintino salpicada de “empenados”…

Nota 2: novo ditado que dedico ao Pirata“Pedalo, logo empeno…”
Fico a aguardar pela vingança, sem tronquito ou outras desculpas esfarrapadas… Tens é de aprender a dar aos pedais!! :-)

O “duo intratável” no Trono da Manjoeira

Passeio da Manjoeira, 15 de Abril de 2007




Junto-me aos “empenados de Mação”, Filipe, Aníbal e Sousa, na Manjoeira, para efectuar o passeio anual desta localidade. A “coisa” promete 50 Kms intensos, com “demolição” lá mais para o final…
O arranque é muito vagaroso, nada comparado com a fúria inicial da manada da recente Maratona do Sobral. Tão vagaroso, que consegui “impor” o ritmo na frente do grupo durante os primeiros quilómetros juntamente com o Filipe. Após uns trilhos técnicos que desconhecíamos, numa zona onde tanto temos pedalado, ficámos isolados dos restantes, chegando ao cemitério de Fanhões com uma vantagem considerável sobre um trio perseguidor (Aníbal, Sousa e outra criatura de semelhante fraqueza).
A partir daqui o Filipe toma as rédeas da “corrida” e mete um passo impetuoso. Atingimos Pintéus por caminhos desconhecidos e após algumas “apalpadelas” por deficiente sinalização.
Já a caminho da lezíria, vamos conversando sobre o avanço que temos para os demais, enquanto lá atrás o Aníbal mostra ao Sousa como se dá uma cambalhota…
No primeiro abastecimento, no Bairro do Tazim, apanhamos o pessoal descontraído, ficando surpreendidos por já andarmos por ali. Após passarmos umas valas “à Isidoro” com a “burra” às costas continuamos em direcção ao Zambujal rolando a 30 à hora!!
Aqui surge a primeira rampa do dia. Longa e dura… dura… dura… Vou “puxando” à cabeça e a dita parece não ter fim… Já no topo vislumbramos o trio perseguidor no início da rampa, que leva uns bons minutos de vida…
O Filipe toma de novo a dianteira e garante que para sermos caçados os perseguidores têm de penar forte e feio. Não há tréguas!!
Descemos aos Pneus, onde tenho de recuperar a distância perdida durante a descida e iniciamos a subida do lado oposto do vale do Rio Trancão. O ritmo é elevado e não há que enganar; o sofrimento só tem folga no Alto de Picotinhos, após transpor a “parede” da Central.
Nova descida para o Freixial, pelos cow-boys, sempre no encalço do Filipe que parece descer melhor a cada dia que passa (até à nova queda que o aguarda num provável futuro não muito longínquo…). A “fera” anda deveras destemida…
Lá em baixo encaramos com o Coxo (Isidoro) que nos brinda com uns bolitos e uns escritos (Piu Piu; Pirata; e outros dizeres) que redigiu numa arvora ali ao pé. E a boa disposição do costume. Parece que o duo do dia já tem parangonas de fama, pois toda a gente fala do Pinto e do Biker que estão a dar uma “coça” nos restantes!!
Continuamos rumo à Tesoureira onde vou imprimindo um ritmo que torna difícil sermos “caçados”. Já nos Casais da Serra, aí vamos nós, rampa acima, atormentando os pedais com vigor. Nesta última dificuldade o Filipe já dá alguns sinais de quebra física, pelo que refreio um pouco a velocidade, mas conseguimos chegar ao Alto do Andrade ainda num ritmo aceitável. Aqui aparece de novo o Coxo, mas desta vez acompanhado pelo Coxinho (Ricardo) que se mete connosco devido à dureza dos últimos quilómetros, que têm a sua autoria.
Seguimos a grande velocidade, descendo até Casaínhos e atacando umas veredas com muita pedra onde a opção pedestre se manifesta indispensável. Neste ponto também já acuso alguma fadiga muscular. Efeitos do ritmo elevado a que pedalamos há cerca de 3 horas.

… entretanto … em Aveiras, neste preciso momento, o Farinha deixa o Evaristo para trás quando este passa um momento de fraqueza (caiu…) e não mais se deixa apanhar, tendo de esperar 4 minutos (!) pelo companheiro após cortar a meta! E como muito bem apregoou: “Tudo conta!!”. Que selvajaria!!... …

Na descida muito técnica que leva à Manjoeira não consigo seguir na roda do Filipe, que se atira de forma completamente tresloucada rampa abaixo… Acima da velocidade que a minha técnica admite, perco-me, seguindo por uns trilhos com umas fitas antigas que marcavam um passeio do passado, pelo que tenho de voltar atrás, retomando o caminho correcto.
Já perto do final surge um último “petisco” com a assinatura do Coxinho
Chego ao final com 3:37 hrs, 2 minutos depois do Filipe que mereceu, sem qualquer dúvida, o Primeiro lugar! A tenacidade com que enfrentou todo o passeio foi impressionante! Em terceiro, após 22 minutos, chega um desconhecido seguido do Aníbal, a 24. Muito depois (50 min.) chega o Sousa que se perdeu seguindo as marcações de outro passeio que decorria lá para os lados da Bemposta.

Finalmente, o merecido almoço, onde a sopa e o porco caíram que nem ginjas.

Para o ano há mais e, esperemos, com mais “concorrência”. A quantos mais “escovarmos o pêlo” … melhor!

sábado, abril 07, 2007

Serra da Arrábida - "Um paraíso à beira-mar plantado..."

5 de Abril de 2007







Introdução:
As três vertentes da Serra da Arrábida... 89 Kms pedalados... 2.000 mts de acumulado... 18% de inclinação máxima...


Véspera de sexta-feira santa. Decido, tomado pela “loucura dos cumes”, ir carpir os meus pecados pela Serra da Arrábida, distrito de Setúbal.
Indeciso entre iniciar a volta em Sesimbra ou no Portinho da Arrábida, decido pela primeira opção, não resistindo à tentação de experimentar as fortes pendentes da vertente nascente (Alto da Califórnia) deste povoado piscatório.




Monto o “cavalo” perto do Castelo de Sesimbra e desço até ao Forte de Santiago, bem no centro da vila. O mar está calmo e a vista desta bela enseada nunca se torna cansativa por muitas vezes que se vislumbre…
Calibro a altitude do meu Hac e arranco logo pela “parede” do Hotel Espadarte. Vou ganhando metros por entre as casas aglomeradas em tão exíguo espaço urbano e a paisagem vai-se abrindo… Após tornear a curva a 18% na zona dos condomínios a paisagem sobre o oceano fica totalmente “desimpedida” de obstáculos, permitindo uma ascensão muito agradável, apesar de fisicamente exigente. O vento vai soprando de forma desordenada, pelo que umas vezes parece empurrar para o cume, outras puxar para o sopé da encosta.
No topo do Alto da Califórnia a inclinação acentua-se permitindo meter “peso” e “galgar” metros rapidamente. Á direita apresenta-se o sublime maciço calcário da Serra da Arrábida.



Viro para Sampaio, trespasso Maçã a grande velocidade e chego rapidamente a Casais da Serra, onde se inicia a ascensão da vertente mais longa da serra que, vista desta zona, é muito bonita. Totalmente desarborizada, mostra-se imponente e agreste não escondendo a erosão dos ventos e da salinidade do mar. Ao invés, ao transpor as primeiras rampas que se seguem à aldeola, expõe-se à direita a “desconhecida” Serra do Risco, precedida de um imenso arvoredo e aprazíveis prados.
Após um quilómetro com alguns “repechos” duros, vou rolando a boa velocidade até ao cruzamento para o Portinho da Arrábida. Continuo em frente e os metros acumulados vão-se somando lentamente nesta fase. Contudo, ao passar o Convento, ataca-nos uma longa rampa...



...de 1,3 Kms a 10% de inclinação média que nos leva ao topo da serra.
As vistas para o mar são de uma beleza indescritível e o som das imensas aves que me circundam fazem-me desfrutar deste lugar natural em todo o seu esplendor.



Depois sigo pela crista da serra, com paisagens para os dois lados da mesma. Aqui o vento sente-se sobremaneira. Paro aqui, ali, acolá; vou tirando umas fotos e deliciando-me com as vistas…



Vou descendo pela vertente oposta,






até ao Outão, dando uma vista de olhos pela zona do parque de campismo que me parece muito degradada…
Inicio então, a ascensão pelo lado da cimenteira.
Após uma zona com diversas curvas em ferradura a subida torna-se muito regular, oscilando entre os 7-8%. O asfalto está em muito bom estado o que facilita muito a progressão. Consegue-se um ritmo bastante elevado e contínuo, consequência da pendente regular.



De novo no topo, troto o cume a boa velocidade e inicio a descida, dirigindo-me ao nível do mar, desta vez para a bela praia do Portinho da Arrábida, na qual dou um curto passeio.



Aproveito para atestar o bidon na esplanada local e lá vou eu, de novo, vagarosamente, pelas inclinadas rampas desta vertente (logo no início um curto “repecho” a 18%, para abrir o apetite…), sem dúvida a mais dura e irregular da Serra da Arrábida. Até ao cruzamento Arrábida-Outão há alguns “repechos” inclinados, mas é após este que surge um troço de 1,5 Kms (10% de inclinação média) com consecutivas rampas a 14%. E as más condições do asfalto até ao cruzamento de Casais da Serra tornam a subida ainda mais exigente. Aqui, a paisagem é quase inexistente devido à elevada densidade arbórea. No cruzamento viro à direita, subindo de novo o quilómetro final entre o convento e o topo da serra, acima dos 10%.




Já com a fadiga a fazer-se sentir, tiro umas últimas fotos e desço rapidamente até Casais da Serra.

(Monte Abraão - 383 mts)


A temperatura está a baixar e o sol ameaça esconder-se por detrás dos topos de Sesimbra.
Meto a “bichana” a “bufar” a 30 à hora e chego a Maçã já a raiar o lusco-fusco, pelo que acendo os led’s que trouxe comigo. O troço até Sampaio torna-se difícil, pois as minhas “amigas” (cãibras) dão sinal de vida o que me obriga a imprimir uma pedalada “redonda” e controlada…
Já em Sampaio a tentação de rumar directamente ao Castelo, onde tenho o automóvel estacionado, é enorme, mas lá decido descer a vertente nascente testando a minha força de vontade para o que se seguirá...
De novo em Sesimbra, ao nível do mar, arranco do Forte em direcção ao Castelo. A coisa vai “sobre rodas” até à estação de serviço. Depois…
… vem o calvário!!
Atacado pelas cãibras mas, orgulhosamente, não querendo pôr pé no chão, prossigo muitíssimo devagar, em 30x24, amaldiçoando esta teimosia de querer subir mais este cume…
A rampa parece não mais acabar e aqui preciso mesmo de alguma capacidade de sofrimento e muita tenacidade para vencer os “míseros” 7% de inclinação contínua.
Viro à esquerda para o Castelo e, sempre em 30x24, vou pedalando com imenso custo…
Entretanto, uma sensação de frescura e rejuvenescimento originada por saber que já não falta muito, permite-me aumentar a cadência e atingir as portas do Castelo em bom ritmo, apesar da rampa final atingir os 13%!! Ufff… Custou, mas foi!!




Dirijo-me ao meu automóvel, dando por finalizado mais um espectacular “martírio dos cumes”. Ainda ando para ali tipo galinha, aos saltos, com duas ou três cãibras mais atrevidas que me assaltam quando desmonto… Mas, nada que uns alongamentos não tenham tratado.


Dados de altimetria (por ordem percorrida):

Sesimbra nascente (Alto da Califórnia): distância – 3.850 mts; altitude – 220 mts; desnível – 214 mts; pendente média – 5,6%; pendente máxima – 18%; Km mais duro – 9%; Coef APM a cada 100 mts - 57.

Serra da Arrábida (Casais da Serra): distância – 7.670 mts; altitude – 392 mts; desnível – 279 mts; pendente média – 3,6%; pendente máxima – 13%; Km mais duro – >10%; Coef APM a cada 100 mts - 85.

Serra da Arrábida (Outão): distância – 7.600 mts; altitude – 392 mts; desnível – 355 mts; pendente média – 4,7%; pendente máxima – 11%; Km mais duro – >8%; Coef APM a cada 100 mts - 79.

Serra da Arrábida (Portinho da Arrábida): distância – 7.720 mts; altitude – 392 mts; desnível – 389 mts; pendente média – 5,0%; pendente máxima – 18%; Km mais duro – >10%; Coef APM a cada 100 mts - 119.

Sesimbra (Castelo): distância – 3.260 mts; altitude – 220 mts; desnível – 215 mts; pendente média – 6,6%; pendente máxima – 13%; Km mais duro – > 7%; Coef APM a cada 100 mts - 49.


Informações diversas sobre a Serra da Arrábida: http://www.azeitao.net/arrabida/pna/arquitectura.htm

Maratona BTT Sobral de Monte Agraço 2007 - No "Comboio dos Entravados"...

25 de Março de 2007




A crónica

Desta vez houve uma divisão dos pedalantes por dois passeios: os “fraquinhos” * escolheram Sobral de Monte Agraço (Pinto, Evaristo, Ricardo, Isidoro, Kedas, Farinha, Nuno Garcia, Pedro Lopes, Hélder, …), enquanto os “muito fraquinhos” ** rumaram a Mação (Aníbal, Paulo Sousa, Filipe, Steven, Hugo).

Dia nublado no Sobral a prometer surpresa molhada no final do passeio…
Ao chegar ao local de partida encontro o Isidoro, mais coxo que o costume! Começa com uma lenga-lenga a dizer que lhe dói a perna, o pé, o dedo, a unha, …, peka-peka, …, peka-peka, …; e que assim não pode enfrentar as suas rampas favoritas (Socorro). Eu vou fingindo que acredito, acenando com a cabeça e parece-me que ele fica todo contente, a pensar que me enganou!
Aparecem também o Ricardo e o Evaristo, com a boa disposição do costume, que só se desvanece quando eu falo no Socorro (o primeiro empalideceu e o segundo engasgou-se com violência).
Dirigimo-nos para a zona da partida e vejo o Lopes a comer uma daquelas mistelas intragáveis do costume, que repugnariam qualquer criatura. O Kedas parece bem divertido com a confusão reinante. Lá longe, bem à frente, na primeira fila, o Farinha (pareceu-me que fez falsa partida…) e o Nuno Garcia já salivam maldade, quais “selvagens do asfalto”, esperando o som do gong para pedalarem ferozmente os primeiros metros em asfalto.

Subitamente, …

… , Gooonnnnngggggggg….

A manada que me barra o caminho entra em fúria desenfreada pelas ruas do povoado do Sobral! Eu, para não perder o comboio, pedalo também com vigor os primeiros 15 metros, após os quais tenho de meter aquele meu habitual ritmo (22X34) :-).
Vou ultrapassando umas centenas de alimárias que fazem de tudo para o impedir…
Os primeiros 10 Kms trotam-se quase todos de “talega”, atingindo-se inúmeras vezes velocidades superiores a 50 Kms/Hr. Passa por mim o Evaristo a dar-lhe como se não houvesse amanhã e eu deixo-o ir, prevendo que dará o monumental estoiro do costume… Depois passa-me o Ricardo… mas este, não sei porque o deixei ir embora… Finalmente, já entre os últimos, passa-me um deles (Lopes). Este, deixei-o passar para o motivar, pois sei que tem pavores das rampas do Socorro (da última vez que por lá andámos foi aquilo que se sabe…). Quando já não existia ninguém para me ultrapassar… meto o passo “no prego” e vou no encalço dos gajos para lhes mostrar como é!!
Passo pelo Ricardo (parado no primeiro abastecimento…) e continuo a dar-lhe forte… Ninguém me pára! Logo à frente, o Farinha, que quase cospe o coração quando tenta acompanhar a minha impressionante e vigorosa pedalada … completamente impossível para ele!!
Logo a seguir, quando já estou quase a deixar pregados os restantes, eis que…

… se dá o caso da Maratona!!

Na bifurcação dos itinerários dos 60 e 30 Kms eu enveredo pelo dos 30!! Possesso da vida, faço a descida que se segue a velocidade supersónica e invisto forte nas rampas que levam ao Forte do Alqueidão. Lá atrás, o Farinha e o Bruno devem ter soltado umas valentes gargalhadas à minha custa…
Após passar o 1º controlo (dos 30 Kms) e já no topo da montanha, dizem-me que por ali só vou fazer 30 Kms!! Paro, pergunto a mais alguns “entravados” que por ali andam se é verdade e volto para trás, tentando recuperar o tempo perdido…
De novo no trilho dos 60, meto todos os dentes das cremalheiras a “bufar” tentando ultrapassar os imensos “entravados” que pertencem ao comboio onde me meti… à saída de uma curva vejo o Ricardo, parado, ao telefone, com as queixinhas do costume (acho que desta vez era o cepo…). Apreço o passo para não lhe dar hipóteses de me apanhar! A cruz estava bem entregue…

Enquanto isto, em Mação, o Hugo já perdeu contacto com o pelotão, ao que parece devido ao ritmo elevado imposto lá pelos animais da tribo; e o Filipe e o Steven vão por um atalho exemplificando o que costumam fazer por cá quando o “calor” aperta… O Aníbal vai “patinando” no grupo da frente, enquanto o Sousa, qual rapaz simpático, lhe entregou a cruz

Voltando ao Sobral… já estou enfrentando as rampas do Socorro após ter ultrapassado 4 “artistas” numa descida!! Um estava estatelado no chão, a sangrar, outro a trocar a câmara de ar, um terceiro parado a comer e um outro, ainda, a descer … mais devagarinho do que eu (é verdade!).
No Socorro vou recuperando posições, sonhando ainda com uma possível classificação entre os 10 mais fortes. Quando tudo faria prever uma explêndida recuperação…

mais uma desgraça

Vejo uns belos e irresistíveis pasteis de noz numa caixa no segundo abastecimento e aí vou eu direito a eles, mais depressa que na mais inclinada das descidas.
Após o repasto e ainda com um pastel entalado na goela, meto uma pedalada feroz, pois sei que o Farinha, depois do tormento do Socorro, não poderá andar longe…
Vou pedalando e empurrando o pastel para baixo com uns golos de água. Quando já devia estar quase a apanhar os meus companheiros, cai uma chuvada intensa que me deixou que nem um pinto…
Já no Sobral ainda levei o cárdio ao red-line para passar um gordo que me deixaria devastado caso terminasse à minha frente…
Na meta, para cúmulo do azar, aparecem o Ricardo e o Evaristo (já de banho tomado e “drogas” arrumadas) a meterem-se comigo. O Farinha, "puto da vida", está a refilar com a organização por causa de existirem algumas subidas com mais de 2% de inclinação. O Garcia está muito cansado para dizer qualquer coisa. O Lopes lá continua a comer uma daquelas cenas manhosas…
Seguiu-se o belo porco no espeto regado com caldo verde e umas bejecas...

E foi mais um grande passeio com muitos e bons momentos de convívio.
Até para o ano, para mais uma maratona de … 90 Kms

Classificações finais:
Pedro Lopes
– 3:30:41 – 27º classificado nos 60 Kms (muito fraquinho…)
Nuno Garcia – 3:41:43 – 42º classificado nos 60 Kms (deve ter feito batota…)
Evaristo – 3:53:02 – 75º classificado nos 60 Kms (como previsto, estoirou nos últimos Kms…)
Farinha – 4:11:20 – 121º classificado nos 60 Kms (devem tê-lo subido na classificação administrativamente, por se queixar das subidas…)
Pinto – 4:15:14 - 292º classificado nos … 30 Kms!!! (último, com mais 25 minutos que o penúltimo!! Não foi desclassificado por cair fora do controlo, para não ficar triste…)
Ricardo – desclassificado por excesso de queixas!
Isidoro – falta de comparência por pavor ao Socorro (e, simultaneamente, por suposta lesão).

* - os que pedalam devagarinho.
** - os que pedalam parados.


Classificações:
60 Kms: Maratona Sobral de Monte Agraço 2007 - 60 kms
30 Kms: Maratona Sobral de Monte Agraço 2007 - 30 kms
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