domingo, junho 25, 2006

Sotres - Pico San Carlos / Teleférico de Fuente Dé - 12 de Junho de 2006

À Conquista das Astúrias

3 – Sotres - Pico San Carlos / Teleférico de Fuente Dé - 12 de Junho de 2006

O terceiro dia foi dedicado ao pedal.



O objectivo perfilado era conquistar o Pico San Carlos, o Miradouro de Fuente Dé e, no final, atacar o Muro del Mancondiú, conquistando o Pico del Mancondiú. No entanto, confesso que nunca acreditei que alguém quisesse sujeitar-se a tal “tratamento”…
Arrancámos de Sotres, por trilho, em direcção ao Miradouro de Fuente Dé.



Sabíamos, à partida, que a subida até ao miradouro seria longa, mas não muito inclinada. Contudo, havia quem receasse uma possível inadaptação à altitude e quem amaldiçoasse a “brincadeira” do dia anterior…
O Filipe impôs um ritmo “corajoso” no início, o que originou a divisão em dois grupos (Ricardo, Pintainho, Filipe e Isidoro em velocidade de “caracol”) (os Infantrilheiros Álvaros e Paulo Borges na tão reconhecidamente demolidora “velocidade de canhão”).
A ascensão foi sendo feita em ritmo “pausado”. O Ricardo parecia não estar pelos ajustes “fugindo” constantemente…



Após passarmos as majadas de Vegas del Toro, o estradão começou a inclinar-se com várias rampas consecutivas a 15%.



O Filipe, inadaptado à altitude, teve de apear! Era evidente que estava em dificuldades.
O Isidoro também passou um mau bocado, pois ia andando aos zigue-zagues, qual acrobata.



O Ricardo é que não sentia problema algum e lá continuava a fazer “estragos”! Eu, lá me ia divertindo, ora fotografando uns bichanos,



ora a perseguindo quem ia à frente,



ora esperando por quem vinha atrás,



ora aproveitando para tirar umas fotos e (des)anima-los…



Perto do Hotel Odriozola parámos para reagrupar.
Após cerca de 20 minutos chegou o segundo grupo liderado pelo … Álvaro Vieira!

Continuámos, todos juntos, mas por pouco tempo, pois nova cisão aconteceu! De novo os dois grupos. Pareciam realmente existir duas velocidades distintas de pedalada! Apenas o “canhão” do Isidoro destoava, como vem sendo hábito.
Finalmente, após o Chalet Real, o Ricardo “não aguentou” aquele ritmo manhoso que vinha impondo e “deixou” outros irem na vanguarda…
Em La Sierruca nova paragem para reagrupamento. Desta vez a espera alcançou uns incríveis 45 minutos!! Até acabei por ter sorte, pois continuei até ao miradouro…




… e quando voltei para trás já lá ia meia horita...
Após novo reagrupamento, alcançámos os 2.050 mts de altitude perto do Pico San Carlos. Aí havia alguma neve que proporcionou as indispensáveis “brincadeiras de crianças”.



Descemos até ao miradouro (eu pela segunda vez) para apreciar a arrebatadora paisagem e tirar a fotografia da praxe ...

... e depois foram cerca de 20 Km sempre no “prego” até Sotres, descendo em pouco tempo tudo o que se havia subido em muito. Fizemos um pequeno desvio até à ermida de Nuestra Sra. de las Nieves ...

... para passar num trilho no meio das manadas que por ali pastavam e apreciar a beleza daquele prado verde em pleno vale.



E ainda deu para dar uma mãozinha ao Filipe, que furou.No final era impossível demover alguém de ir para o duche. Queria ir “cumprimentar” o tal muro, mas acabei por regressar também.

Rio Cares - 11 de Junho de 2006

À Conquista das Astúrias

2 – Rio Cares - 11 de Junho de 2006

O primeiro dia nas Astúrias foi dedicado à caminhada.
Considerado o “cartão de visita” da região, o Vale do Rio Cares teria de ser percorrido na extensão de 10 Km, de Puente Poncebos até Cain (tempo previsto aprox. – 3 hrs).






O trilho escavado nas encostas da garganta esculpida pelo rio ao longo de milénios é deveras encantador, sendo até imponente e atemorizador quando nos aproximamos da beira.



O caminho foi sendo percorrido a velocidade moderada, de maneira a apreciarmos a “arte natural”.



Apesar de irmos a andar, notava-se algum cansaço na maioria dos elementos. Já em Cain, procedeu-se ao merecido relaxamento à beirinha do rio.



No regresso a Puente Poncebos, sem o Filipe que voltou de automóvel, o Isidoro abriu as hostilidades … impondo um passo fulgurante … que ninguém conseguiu acompanhar! Nem uma “escaladora” lá do burgo o conseguiu ultrapassar, segundo testemunho do Ricardo, que o perseguia ao longe…



A coisa ia animada. A meio do caminho, num completo acesso de loucura, os Álvaros, o Isidoro e o Ricardo tentaram descer em direcção ao rio por um “desfiladeiro” de calhaus rolantes!



Contudo, ao aperceberem-se da dificuldade da façanha, voltaram para trás, tendo de ajudar o Álvaro Vieira a largar uma “âncora” que por lá encontrou e que o salvou de resvalar por ali abaixo… É razão para dizer: abençoado calhau!



A tentativa frustrada levou a um súbito descarregar de adrenalina, tendo o grupo iniciado marcha em corrida acelerada e, em alguns casos, “competitiva”!



Eu continuei nas calmas, rindo-me do desenrolar da “corrida” com alguns estupefactos observadores. Soube depois que até houve sprint final para o primeiro lugar (Isidoro e Paulo Borges) e para o terceiro (Álvaros e Ricardo). O regresso foi feito num inacreditável tempo de 1:40 hrs!!
(Durante este passeio, além das inúmeras belezas naturais também foi possível, para não cansar a vista, vislumbrar outro tipo de belezas…)




Arenas de Cabrales – 10 de Junho de 2006

À Conquista das Astúrias

1 - Arenas de Cabrales – 10 de Junho de 2006


A partida para as Astúrias deu-se logo pela manhã do dia 10 de Junho de 2006.
O pessoal (eu, Álvaro Vieira, Álvaro Henrique, Filipe, Paulo Borges e o seu sogro, Isidoro, Ricardo) parecia animado, pelo que a longa viagem tornar-se-ia menos “penosa”.
Tive o privilégio de ter o Álvaro Vieira como co-piloto na primeira parte da viagem, o que permitiu um passeio sempre na galhofa ou não fosse ele um camarada sempre pronto para a brincadeira. Também trocámos impressões culturais sobre diversos temas, sendo os únicos momentos isentos de diálogo os poucos segundos que demorávamos a trincar aquelas belas napolitanas de chocolate…
Na segunda parte da viagem troquei de co-piloto. Agora era o Filipe que me acompanhava. Notei que a viatura começou a circular mais depressa, talvez por se ver livre da “âncora”! O seu espírito sempre observador levou-nos a dialogar sobre as fabulosas paisagens que íamos vislumbrando e sobre que aventuras nos reservariam os dias vindouros. Olhávamos, fascinados, as típicas paredes escarpadas da região, comentando se seriam, ou não, cicláveis…
Chegámos a Arenas de Cabrales já pela tarde, pelo que urgia a montagem do acampamento.



Solidariamente, armaram-se todas as tendas, sendo eleita a mais original a do Álvaro Henrique. Houve até quem garantisse que se tratava da tenda do Rafa!



Mas provou a sua resistência ao aguentar o temporal que atacou num dos dias que se seguiram.
Por fim, houve quem começasse a “carregar” o organismo com “produtos suspeitos”, pensando nas agruras que se adivinhavam nos dias seguintes…


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