Serra de Montejunto - "Varanda da Estremadura"
11 de Março de 2007
Introdução:
As quatro vertentes (a do Avenal e as outras)...
60 Kms pedalados... 1.700 mts de acumulado... 24% de inclinação máxima...
Dia de ataque às rampas da magnífica Serra de Montejunto.
Munido do meu Hac 4 Pro, tenho como objectivo divertir-me a “sacar” os dados de altimetria de todas as vertentes da serra, pelo que a tarefa se prevê … “penosa”.
A manhã domingueira está amena, mas o vento sopra com força.
Arranco do cruzamento no centro da povoação de Vilar em direcção ao povoado do Avenal, após conversa com 5 cicloturistas de Óbidos que vão atacar a vertente de Vila Verde dos Francos.
Já não pedalo por aqui há muito tempo, pelo que é enorme a ansiedade de enfrentar as terríveis rampas que me esperam após o Avenal, aldeia até à qual não existem dificuldades dignas desse nome.
Ao transpor a placa indicadora da localidade inicio as duras rampas a 15% no interior da mesma. Em frente à igreja, uns velhotes riem-se e mandam umas graçolas (… olha p’ra este!...; … ali à frente dá logo meia volta!...). É quando se atingem as últimas habitações do povoado que as rampas mais complicadas se apresentam. Um curto “repecho” a 24% dá-nos as boas vindas e avisa-nos do que aí vem…
A paisagem “abre-se” numa esplêndida encosta de vinhas, oferecendo o último “descanso”...
... para o pior…
Recortada no vale entre dois topos, vislumbra-se a estradita empinada que vai até ao topo da encosta e onde se sucedem as famosas “rampas do Avenal”. Após uma curva à direita, seguida de duas duríssimas curvas à esquerda, onde se circula a mais de 20% (atingem-se os 24),
amaldiçoo o dia ventoso que escolhi para esta façanha. O vento, fortíssimo, que desce lá do alto, quase me abalroa, e faz com que a progressão seja muito difícil. Não tenho qualquer hipótese de me levantar do selim, pois se o fizer a queda é certa devido ao vento que me empurra ravina abaixo. Após uma inclinada curva à direita, dou uma última olhadela para trás,
despedindo-me das rampas mortíferas que perfazem um quilómetro de agonia com inclinação média superior a 14%!!! Daqui em diante a coisa é “acessível”.
Viro à esquerda no cruzamento com a estrada proveniente de Vila Verde dos Francos, onde meto um passo constante. Vejo que vem lá atrás o primeiro dos cicloturistas de Óbidos e “aguardo” por ele,
aproveitando depois a boleia até à curta descida para Montejunto, após a qual se ataca o último troço da ascensão, também com inclinação de respeito, existindo um quilómetro acima dos 10% e máximo de 16%.
Já no topo, onde está um vento frio muito desagradável, tiro umas fotos com os 5 pedalantes de Óbidos e inicio a descida para Pragança, durante a qual vou fazendo algumas paragens para ver as vistas.
Chegado a Pragança, desço ao ponto mais baixo que encontro e inicio a subida até ao cruzamento para Abrigada, durante a qual a percentagem de inclinação ronda os 7%.
Viro para Abrigada, e meto a “talega” chegando à povoação rapidamente.
Dou a volta ao cavalo e rumo de novo ao Alto de Montejunto, agora pela bonita vertente de Abrigada.
As rampas mais complicadas aparecem após uma curva à esquerda, já no Concelho do Cadaval, onde uma longa recta nos vai fazendo penar até surgir uma duríssima curva à direita onde a inclinação atinge um máximo de 18% (ponto mais inclinado desta vertente). Neste local percorre-se um quilómetro a mais de 11% de inclinação média. Segue-se um contínuo sobe e desce (mais sobe que desce…) até ao cruzamento com a estrada proveniente de Pragança. Logo de seguida, a placa dos 15% estende-nos uma longa rampa de 1.300 metros a 11% de inclinação média (1 Km a 12%), com 16% de máxima, a qual parece não querer acabar…
A visão do vale que precede a aldeia de Montejunto, após a curva do miradouro, de onde se tem uma esplêndida vista sobre a estremadura até ao Atlântico, é reconfortante.
No ataque final às antenas há que vencer as últimas rampas a 16% que precedem a Capela de Nª Sª das Neves. De novo no topo, agora mais confortável, dou uma última vista de olhos...
...e inicio a descida para Vila Verde dos Francos.
Chegado ao povoado, dou meia volta e dirijo-me até ao cruzamento para o Avenal, pedalando as “suaves” encostas desta vertente num ritmo razoável.
Virando à esquerda, no cruzamento, inicio a descida das “paredes” do Avenal, que me parecem mais assustadoras agora que há uma horitas aquando da subida… a bicicleta parece querer dar uma cambalhota! Do Avenal até Vilar é um saltinho…
E pronto. Mais uma magnífica manhã a dar vida à “loucura dos cumes”, que não é muito do agrado dos pedalantes cá da tribo…
Alto de Montejunto (Dados):
Vertente - Vilar: distância - 9,350 mts; altitude - 658 mts; desnível - 578 mts; pendente média - 6,1%; pendente máxima - 24%; Km mais duro - >14%; Coef APM - 153; Coef APM a cada 100 mts - 211.
Vertente - Abrigada: distância - 10,280 mts; altitude - 658 mts; desnível - 555 mts; pendente média – 5,4%; pendente máxima - 18%; Km mais duro - 12%; Coef APM - 145; Coef APM a cada 100 mts - 189.
Vertente – Pragança: distância - 6,410 mts; altitude - 658 mts; desnível - 457 mts; pendente média - 7,1%; pendente máxima - 16%; Km mais duro - 12%; Coef APM a cada 100 mts - 138.
Vertente – Vila Verde dos Francos: distância - 8,740 mts; altitude - 658 mts; desnível - 457 mts; pendente média - 5,2%; pendente máxima - 16%; Km mais duro - >10%; Coef APM a cada 100 mts - 128.
Informações diversas sobre a Serra de Montejunto:
www.alambi.net/serra_montejunto.pdf
Introdução:
As quatro vertentes (a do Avenal e as outras)...
60 Kms pedalados... 1.700 mts de acumulado... 24% de inclinação máxima...
Dia de ataque às rampas da magnífica Serra de Montejunto.
Munido do meu Hac 4 Pro, tenho como objectivo divertir-me a “sacar” os dados de altimetria de todas as vertentes da serra, pelo que a tarefa se prevê … “penosa”.
A manhã domingueira está amena, mas o vento sopra com força.
Arranco do cruzamento no centro da povoação de Vilar em direcção ao povoado do Avenal, após conversa com 5 cicloturistas de Óbidos que vão atacar a vertente de Vila Verde dos Francos.
Já não pedalo por aqui há muito tempo, pelo que é enorme a ansiedade de enfrentar as terríveis rampas que me esperam após o Avenal, aldeia até à qual não existem dificuldades dignas desse nome.
Ao transpor a placa indicadora da localidade inicio as duras rampas a 15% no interior da mesma. Em frente à igreja, uns velhotes riem-se e mandam umas graçolas (… olha p’ra este!...; … ali à frente dá logo meia volta!...). É quando se atingem as últimas habitações do povoado que as rampas mais complicadas se apresentam. Um curto “repecho” a 24% dá-nos as boas vindas e avisa-nos do que aí vem…
A paisagem “abre-se” numa esplêndida encosta de vinhas, oferecendo o último “descanso”...
... para o pior…
Recortada no vale entre dois topos, vislumbra-se a estradita empinada que vai até ao topo da encosta e onde se sucedem as famosas “rampas do Avenal”. Após uma curva à direita, seguida de duas duríssimas curvas à esquerda, onde se circula a mais de 20% (atingem-se os 24),
amaldiçoo o dia ventoso que escolhi para esta façanha. O vento, fortíssimo, que desce lá do alto, quase me abalroa, e faz com que a progressão seja muito difícil. Não tenho qualquer hipótese de me levantar do selim, pois se o fizer a queda é certa devido ao vento que me empurra ravina abaixo. Após uma inclinada curva à direita, dou uma última olhadela para trás,
despedindo-me das rampas mortíferas que perfazem um quilómetro de agonia com inclinação média superior a 14%!!! Daqui em diante a coisa é “acessível”.
Viro à esquerda no cruzamento com a estrada proveniente de Vila Verde dos Francos, onde meto um passo constante. Vejo que vem lá atrás o primeiro dos cicloturistas de Óbidos e “aguardo” por ele,
aproveitando depois a boleia até à curta descida para Montejunto, após a qual se ataca o último troço da ascensão, também com inclinação de respeito, existindo um quilómetro acima dos 10% e máximo de 16%.
Já no topo, onde está um vento frio muito desagradável, tiro umas fotos com os 5 pedalantes de Óbidos e inicio a descida para Pragança, durante a qual vou fazendo algumas paragens para ver as vistas.
Chegado a Pragança, desço ao ponto mais baixo que encontro e inicio a subida até ao cruzamento para Abrigada, durante a qual a percentagem de inclinação ronda os 7%.
Viro para Abrigada, e meto a “talega” chegando à povoação rapidamente.
Dou a volta ao cavalo e rumo de novo ao Alto de Montejunto, agora pela bonita vertente de Abrigada.
As rampas mais complicadas aparecem após uma curva à esquerda, já no Concelho do Cadaval, onde uma longa recta nos vai fazendo penar até surgir uma duríssima curva à direita onde a inclinação atinge um máximo de 18% (ponto mais inclinado desta vertente). Neste local percorre-se um quilómetro a mais de 11% de inclinação média. Segue-se um contínuo sobe e desce (mais sobe que desce…) até ao cruzamento com a estrada proveniente de Pragança. Logo de seguida, a placa dos 15% estende-nos uma longa rampa de 1.300 metros a 11% de inclinação média (1 Km a 12%), com 16% de máxima, a qual parece não querer acabar…
A visão do vale que precede a aldeia de Montejunto, após a curva do miradouro, de onde se tem uma esplêndida vista sobre a estremadura até ao Atlântico, é reconfortante.
No ataque final às antenas há que vencer as últimas rampas a 16% que precedem a Capela de Nª Sª das Neves. De novo no topo, agora mais confortável, dou uma última vista de olhos...
...e inicio a descida para Vila Verde dos Francos.
Chegado ao povoado, dou meia volta e dirijo-me até ao cruzamento para o Avenal, pedalando as “suaves” encostas desta vertente num ritmo razoável.
Virando à esquerda, no cruzamento, inicio a descida das “paredes” do Avenal, que me parecem mais assustadoras agora que há uma horitas aquando da subida… a bicicleta parece querer dar uma cambalhota! Do Avenal até Vilar é um saltinho…
E pronto. Mais uma magnífica manhã a dar vida à “loucura dos cumes”, que não é muito do agrado dos pedalantes cá da tribo…
Alto de Montejunto (Dados):
Vertente - Vilar: distância - 9,350 mts; altitude - 658 mts; desnível - 578 mts; pendente média - 6,1%; pendente máxima - 24%; Km mais duro - >14%; Coef APM - 153; Coef APM a cada 100 mts - 211.
Vertente - Abrigada: distância - 10,280 mts; altitude - 658 mts; desnível - 555 mts; pendente média – 5,4%; pendente máxima - 18%; Km mais duro - 12%; Coef APM - 145; Coef APM a cada 100 mts - 189.
Vertente – Pragança: distância - 6,410 mts; altitude - 658 mts; desnível - 457 mts; pendente média - 7,1%; pendente máxima - 16%; Km mais duro - 12%; Coef APM a cada 100 mts - 138.
Vertente – Vila Verde dos Francos: distância - 8,740 mts; altitude - 658 mts; desnível - 457 mts; pendente média - 5,2%; pendente máxima - 16%; Km mais duro - >10%; Coef APM a cada 100 mts - 128.
Informações diversas sobre a Serra de Montejunto:
www.alambi.net/serra_montejunto.pdf
5 Comments:
teste.
Boas, eu fui um dos ciclistas que tiraste foto no cume do montejunto.
Se possivel gostaria que enviasses as referidas fotos para o meu email
antonio_costa5@hotmail.com
Obrigado
Obs: a tua pagina está muito interessante
:) Avenal, a minha terrinha! Custa sim subir aquela estrada... o vento tb por vezes nãoparece tar do nosso lado! :) Sempre bem vindo ao Avenal e ao Montejunto! Boas andanças!
Olá Célia.
Tens sorte em viver numa terreola tão pitoresca como o Avenal. É um povoado engraçado e tem aquela azenha bem conservada onde, durante a “visita”, podemos privar com o dono, homem de impressionante sabedoria e boa disposição.
Claro que a maioria dos “pedalantes” que se enfiam por aquele caminho não ficam com as melhores memórias do local… Mas não os leves a mal… :)
Aquela rampa é mesmo um osso muito duro de roer!!
Boas,adorei esta reportagem,parabéns.sera possível enviar-me o track?obrigado
Enviar um comentário
<< Home